sábado, 19 de março de 2011

Estofando e pintando
















Depois da parte mecânica e estrutural pronta me concentrei no estofamento e na preparação para a pintura. Não fui nem um pouco profissional e fiz tudo do jeito que deu nos poucos dias que tive. Apliquei a espuma de expansão, fiz os acabamentos em madeira das partes abertas que ficavam mais expostas, passei massa com cola e lixei tudo. Depois fiz um estofado base, bem fixado ao suporte do banco com cola de contato e grampos. Depois passei primer em tudo. pintei de preto fosco e fiz umas aplicações com folhas de madeira, daquelas usadas para dar acabamento em móveis. Passei verniz marítimo, lixei um pouco e cobri com verniz fosco. Cada uma dessas etapas contou com duas ou mais demãos. Não ficou perfeito mas proteje a madeira eficazmente.

Por fim coloquei duas bolas daquelas maciças de petshop em cada haste de direção. Fiz, com ajuda da minha mãe e sua máquina de costura, um segundo estofamento por cima no qual usei corino (uma napa com nome besta). O banco ficou muito confortável e apóia bem minha coluna (lembre-se de que eu começei tudo com peças de um espaldar no qual fazia fisioterapia prara a... coluna). Não me "segura" tão bem nas curvas mas a sensação é de estar em uma boa poltrona. Além de tudo mantém a impermeabilidade da bike e é bem resistente. A vantagem é que pelo fato de não me limitar o movimento das costas eu posso me inclinar para os lados sem dificuldade no caso de uma curva muito acentuada em alta velocidade, o que sempre ajuda a manter o equilíbrio da bike.
O resultado foi uma trike que eu realmente adoro. A posição de pedalar, apesar de não ter ajuste, ficou perfeita para minha altura (tenho 1,87) e a direção ficou macia. Realmente não é leve como um bike tradicional mas, com os pneus calibrados, não é nada que incomode no dia a dia. A suspensão dianteira absorve bem os impactos e a posição de pedalar é ótima, o que dá até uma sensação de estar fazendo menos esforço que numa bike tradicional. Além disso ela ficou muito resistente. Eu peso 86kg e já pulei de calçadas consideravelmente altas para uma reclinada sem o menor problema. Além disso o trajeto que costumo fazer com ela tem trechos bem acidentados e eu passo sem problemas.
O desenho do quadro compensou as deficiências da madeira e manteve um bom vão entre as rodas, evitando que eu ficasse muito próximo ao chão. Além disso se usar um ângulo de ataque decente e não for nehum degrau eu consigo subir em calçadas com ela. Com certeza um câmbio com marchas seria o ideal mas incrivelmente sinto mais falta dele nas velocidades mais altas. Para as ladeiras que pretendo subir com ela o câmbio não me faz falta alguma. A possibilidade de rodar em baixa velocidade sem ter que fazer nenhum esforço para manter o equilíbrio parece compensar.
Quero arranjar um cubo shimano com 7 ou 8 marchas internas mantendo assim a simplicidade mecânica. Acho apenas que vou ter que abandonar o contra-pedal caso não exista nesse tipo de cubo. No nexus da shimano eu sei que tem mas não compensa a grana por um câmbio de apenas 3 marchas.
O freio apenas na roda traseira realmente não permite freadas bruscas em alta velocidade, principalmente em pista molhada, mas quer saber de uma, descobri um inesperado prazer dando meus cavalos de pau com essa trike. Algo que em duas rodas não tem a mesma graça. Como colocar freios nas rodas dianteiras está fora de questão o negócio é andar em velocidade de cruzeiro e deixar a pressa pras magrelas. Até porque essa é a vocação dessa trike. Conforto.
Tenho pedalado muito, levando meu cachorro para passear no cockpit que encaixo no lado. Usei um pedaço de eucatex achado no lixo, sobras de compensado da trike e um cabo de vassoura para montar o cockpit (certinha é coisa de boiola!). Fiz o suporte usando encaixes de mangueira daqueles tipo engate rápido cortados e adaptados e uma cinta de couro que serve como segurança adicional no caso de alguma coisa quebrar. Para prender é só pressionar os encaixes e para soltar é só puxar as travas. Muito prático (muito mais que muita cadeirinha de bebê andar em carro). Estofei com sobras de espuma e um tecido de um sofá velho. Pintei todo de preto. Já andei com uns 10 kg nele sem problemas. A bike pesa um pouquinho pra sair mas depois a inércia faz sua parte e os rolamentos ajudam bastante a manter um rodar RollsRoyce sem esforço. Num próximo post detalho melhor o cockpit. Nas fotos ele ainda estava sendo desenvolvido.
No geral a trike tem se comportado muito bem. Devo fazer mais alguns ajustes mas no geral ficou melhor do que eu esperava.

2 Comentários:

Às 11 de agosto de 2011 às 19:55 , Blogger Manouchk disse...

Muito legal. Meus parabéns. Eu fiquei impressionado pelo resultado do projeto. Você trabalha com madeira profissionalmente ou é somente um hobby mesmo?

 
Às 11 de agosto de 2011 às 20:25 , Blogger Patrick disse...

Cara, é um hobby e as vezes uma necessidade. Quando casei e a grana ficou curta para comprar os móveis da cozinha eu encarei e fiz eu mesmo. Me mudei e atualmente estou fazendo os móveis do meu home office.

 

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