sexta-feira, 18 de março de 2011

Primeiros erros





Quando fiz o desenho da trike eu dei uma pesquisada na web e vi algumas versões artesanais e outros projetos comerciais.
Haviam variações mas no geral via claramente a preocupação com a torção do quadro e estabilidade nas curvas. A altura do banco costumava ser baixa. Isso me incomodava pois sentar e levantar seria desconfortável e pouco prático. Aumentar a altura corrigiria isso e de quebra daria mais vão livre em relação ao chão para encarar calçadas e terrenos mais acidentados. Por outro lado tirava um pouco a estabilidade e aumentava a torção do quadro.
Para resolver isso trabalhei o sentido da madeira de forma que o quadro ficasse bem resistente. Como boa parte do peso se concentraria na suspensão dianteira usei o compensado em pé no quadro, dando mais rigidez, e deitado na suspensão, dando flexibilidade, mais ou menos como num skate. Isso deu um leve molejo que reduzia o impacto no quadro e, ao mesmo tempo, o ângulo dos braços da suspensão escoraram bem a torção, absorvendo sem transferir para a parte de trás da bike. Além disso trabalhar com a madeira facilitou os ajustes necessários sem grandes traumas. Na configuração final a decisão se mostrou correta, mas eu não acertei de primeira.
Depois de colar o quadro eu usei espuma de expansão em boa parte dos vãos. A espuma evita rangidos e espaços ocos que acabariam reverberando a qualquer trepidação, o que transformaria o quadro num tambor. Além disso não ela pesa nada e, depois de aplicar um primer e tinta, proteje a madeira do ressecamento e da umidade.
Para ter uma idéia de como ficaria o visual e as proporções peguei uma roda traseira de uma moutain bike jurássica que tenho e arranjei duas rodas num ferro-velho de bike. Era só pra montar uma prévia. O aro traseiro era maior do que o que ficaria na versão final.
Para a parte mais crítica da montagem, os eixos dianteiros, tentei primeiro uma solução meio ridícula. Usei um tubo de alumínio que cortei de uma muleta. Ele era duplo, ou seja, dentro dele tinha outro tubo igual que se encaixava perfeitamente. Era extremamente resistente. Depois coloquei em cada ponta rolamentos de um skate de de mais de 20 anos que eu tinha guardado e que curiosamente encaixavam quase que à perfeição. Antes de selar tudo com araldite eu prendi um parafuso em cada ponta para prende-los na suspensão dianteira. Depois, mais ou menos no meio do conjunto, eu abri um buraco para prender a roda.
Vários problemas decorreram:
1- Ficou feio.
2- Não era lá muito confiável.
3- Dependia demais da araldite.
4- Era horrível prender e soltar aquela coisa, com os parafusos girando nos rolamentos.
5- Não era um primor de precisão, deixando o conjunto de suspensão dianteiro muito torto.
6- Com a suspensão dianteira definitivamente presa à uma haste que não podia ser removida do quadro eu limitava em muito minhas opções de transporte de trike.
7 - Para piorar percebi que o parafudo da roda iria amassar facilmente.
Resultado. Defini que:
1- Não precisava ser lindo mas feio definitivamente não dá.
2- Precisava de algo resistente e de fácil montagem e desmontagem.
3- Teria que usar um rolamento de carga para as rodas dianteiras.
4- O conjunto dianteiro deveria ser facilmente destacado do quadro para facilitar o transporte.







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